because someday i'll be somewhere over the rainbow,
faraway, in the dazzling starlight colors,
surronded by an infinity of dreams,
so far, far, far away...
i don't believe in miracles... a request to a star...
domingo, 2 de janeiro de 2011 x 10:22
Sentada, imóvel, sentia a respiração dele em seu pescoço, os braços firmes dele em torno dos seus ombros claros e delicados em um abraço apertado.Podia sentir suas lágrimas virem aos olhos, sufocando-a, os cristais descendo de forma poética, enquanto tentava respirar. Sentia o coração sendo apertado dentro de si, lancinante, quase como se estivesse sendo destroçado pelo aperto de uma força externa.
Sabia que não podia virar o rosto ou ele iria embora. Aquele momento era seu último com ele, e, enquanto o ouvia murmurar em seu ouvido, a voz melodiosa e calma, desejou ardentemente que não passasse de um sonho.
Não queria aquela pele em contato com a sua, a voz entrando sorrateira dentro de si, revertebrando por dentro, fazendo-a se perder. Era o adeus.
O amara profundamente, um dia, ele já fora seu mundo, seu sonho, sua capacidade de respirar e ser, e vê-lo partir a fazia sentir-se escortejada. um pedaço de si sendo retirado, transformando-o em outra pessoa, totalmente nova e diferente. A falta maior era do sentimento anterior, grandioso e reconfortante, quase como sempre saber o caminho para casa, mais ainda do que a pessoa que ele era, o idealizado sobrepondo-se ao material, e mesmo que pudesse não conhecê-lo de verdade, agarrava-se a seus sentimentos com unhas e dentes, tentando mantê-lo junto a si, mas já sabendo, desde então, que já tinha perdido a batalha. A sensação se esvaía aos poucos, ameaçando deixá-la vazia.
'Te amo' murmura, baixo, sem saber se para si mesma, como desabafo, ou para que ele pudesse ouvi-la, como sempre gostara de acreditar que ele ouvia, uma última vez.
Podia sentir os braços, como correntes apertando-a, esquentando-a, despedindo-se e ela queria poder acreditar que ele a escutara.
Começa a perder a habilidade de respirar, o coração e os olhos em sinfonia, rubis valiosos, cálidos, descendo-lhe a face, como uma parte profunda e intrínseca de si.
E antes que pudesse completar, lutar ou dizer qualquer outra coisa, o sente esvair-se de si, a pele desencostando da sua, afastando-se, perdendo-se em outra parte do mundo, em uma outra vida.
O sentimento havia mudado. A verdade, morrido.
Eram novas pessoas, totalmente demudadas, prontas para enfrentar um novo mundo, com sua nova percepção da realidade. Chegara o término do adeus, o ponto final de uma antiga história de amor...